Wiki AIA 13-17
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Editora: Beatriz Cernescu

Colaboradoras: Ana Carolina Simoneti, Ana Laura Milhazes, Gabrielly de Araújo e Sophia Barbosa

Etiologia das doenças mediadas pelos linfócitos[]

As doenças de hipersensibilidade mediadas pelos linfócitos T são causadas por auto-imunidade e pelas respostas aos antígenos ambientais.

As reações auto-imunes em geral são direcionadas contra antígenos celulares com distribuição tecidual restrita. Sendo assim, as doenças auto-imunes mediadas por linfócitos T tendem a se limitar a alguns poucos órgãos, geralmente não sistêmicos.

A sensibilidade de contato a agentes químicos (ex: aqueles encontrados na hera venenosa) é uma reação mediada por LT.

Esses agentes químicos são chamados de haptenos.

Haptenos são substâncias químicas de baixo peso molecular, que podem se associar à proteínas próprias do nosso organismo, e assim desencadear a resposta imune.

Essas substâncias podem ser geradas a partir do metabolismo de fármacos e aí desencadear doenças como anemia e lúpus (induzidas pelos fármacos). Entretanto, é mais comum encontrarmos haptenos na natureza. Como exemplos temos o zinco e substâncias presentes em plantas.

Uma vez que o hapteno se associe com uma proteína própria do organismo, o sistema imune reconhece essa estrutura estranha e passa a combatê-la: hapteno + proteína.

Deve-se ressaltar também que a ativação excessiva de linfócito T policlonal por certas toxinas microbianas produzidas por bactérias e vírus pode levar à produção de grandes quantidades de citocinas inflamatórias, causando uma síndrome similar ao choque séptico. Essas toxinas são chamadas de superantígenos porque estimulam grande quantidade de LT.

Mecanismos de lesão tecidual

Em diferentes doenças mediadas por linfócitos T, a lesão tecidual é causada por uma resposta de hipersensibilidade tardia mediada por LT CD4+ ou por lise das células do hospedeiro pelos LT CD8+.

Os mecanismos de lesão tecidual nas reações de hipersensibilidade são os mesmos usados pelos LT para eliminar microorganismos associados à célula.

Os LT CD4+ podem reagir contra antígenos celulares ou teciduais e secretar citocinas que induzem inflamação local e ativam macrófagos.

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Diferentes doenças podem ser associadas à ativação de células TH1 e TH17. As células TH1 são fonte de IFN-gama, a principal citocina ativadora de macrófagos. Já as células TH17 são consideradas responsáveis pelo recrutamento de leucócitos, incluindo neutrófilos.

No caso da dermatite de contato, o hapteno se associa a uma proteína própria do organismo. O sistema imune passa então a reconhecer essa estrutura como estranha, e o complexo é internalizado pelas células de Langerhans (células dendríticas que estão inativas na pele, mas que uma vez tendo feito a endocitose, tornam-se ativas). Após ser internalizada, esse estrutura é apresentado aos HLAs de classe II.

As células de Langerhans quando endocitam, liberam IL-1β que ativa os queratinócitos a produzirem TNF-α e GM-CSF que, juntamente com a IL-1β, determinam a maturação e migração dessas células para os linfonodos.

Há ainda casos em que os haptenos se ligam aos HLAs externamente, de modo que não são expressos na fenda. Nesse caso, eles funcionam como superantígenos e aí podem se associar tanto a HLA I quanto a HLA II, ativando LT CD4+ ou LT CD8+ (depende em que HLA são expressos).

Obs: caso os haptenos sejam lipofílicos, eles penetram diretamente na célula e aí são apresentados aos HLAs de classe I; pois são encarados como próprios do organismo.

Manifestações clínicas

As principais células que desencadeiam a clínica são: LT CD4+, LT CD8+, dendrídicas e macrófagos, com destaque para os LT CD8+.

Obs: foi demonstrado que as perforinas e granzimas também participam da destruição celular na dermatite de contato induzindo a apoptose dos queratinócitos.

Considera-se os LT CD8+ como efetores da manifestação clínica. Eles produzem citocinas do tipo 1 (principalmente IFN-gama), que estimulam a migração de outras células para o local, além de tornarem os queratinócitos mais susceptíveis à citotoxicidade.

Já os LT CD4+ atuam de modo a REGULAR a resposta imune. Eles produzem IL-10 e TGF-beta, que induzem os LT CD8+ à apoptose a nível de linfonodos. Porém, além dos reguladores, há os LT CD4+  que atuam na proliferação de linfócitos e na produção de IgM. Nesse caso, são chamados de ativadores.

A IgM se liga ao hapteno e aí ocorre ativação da produção de C5a que recruta mais LT e ativa mastócitos a produzirem agentes quimiotáticos.

Para que ocorra a manifestação, duas fases são necessárias:

O início se dá de forma mais lenta. Ocorre entre 4-8 horas após a fase de sensibilização, podendo se estender a até 72 horas após.

No local do contato há formação de edema, eritema e as lesões são endurecidas, decorrentes da infiltração maciça de leucócitos no tecido.

Tratamento[]

  • Corticoesteróides sistêmicos (ex: PREDNISONA, METILPREDNISONA)
  • Pequenas áreas podem ser tratadas com cremes esteróides atópicos.
  •  Em geral, os anti-histamínicos NÃO são eficazes para controlar o prurido.

Curiosidades[]

Referências Bibliográficas[]

  1. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunonologia celular e molecular, 7a edição, Elsevier 2011.
  2. CERNESCU, Beatriz. Anotações em sala disciplina de Imunologia. UNIVILLE 2013
  3. IMUNOLOGIA ESSENCIAL, 2007. Helbert, Matthew. Elsevier

Links Externos[]

Dermatite de Contato: http://www.youtube.com/watch?v=MTSuEJKYVYo

Imunopatologia da Dermatite de Contato: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000300001&lang=pt

Papel dos Linfócitos T CD4 e T CD8 nas dermatites de contato: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000400003&lang=pt





 

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