Wiki AIA 13-17
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Editor: Mariana Ribeiro e Silva 

Colaboradores: Amanda Lewandowski da Silva, Giovani Meneguzzi de Carvalho, Lisiane Martins, João Francisco Petry e Pâmella Kreling


Outros inibidores não seletivos de captura de monoaminas[]

Agem na captação de monoaminas por um mecanismo seletivo ou não seletivo de norepinefrina:

  • Venlafaxina: mais seletivo para serotonina
  • Duloxetina: inibe a norepinefrina e serotonina na mesma proporção

Em geral são semelhantes aos ADTs, só com menos efeitos colaterais.

Inibidores seletivos da captura de serotonina (ISRS)[]

Os mais prescritos são fluoxetina, paroxetina, sertralina. Por serem mais seletivos, possuem duas vantagens sobre os ADTs (antidepressivos tricíclicos): menos efeitos colaterais anticolinérgicos e menos risco de superdosagem.

São utilizados para tratamento de depressão moderada, possuem igual eficácia aos ADTs e IMAOs

Serotonina1

Como age a serotonina na fenda sináptica e sua recaptação.

(inibidores da Monoaminooxidase). Já na depressão intensa, são menos eficazes que essas classes.

São administrados via oral, sendo bem absorvidos no TGI. Usualmente, suas meia-vidas variam de 15 a 24h (com exceção da fluoxetina, que é de 24-96h) e seu efeito terapêutico se faz em 2 a 4 semanas, diferentemente dos ADTs, que é em 1 a 2 semanas.


Mecanismo de ação[]

  • inibe a recaptura de serotonina para o terminal pré-sináptico por se ligarem a proteínas transportadoras, aumentando sua [ ] na sinapse.

Alterações adaptativas[]

  •  Retroalimentação negativa (autorreceptores  5HT1A, pré-sináptico, e 5HT2, pós-sináptico): esses fármacos irão inicialmente diminuir a sínteses de serotonina por inibirem a triptofano hidroxilase. Isso irá causar uma hiporregulação dos receptores (dessensibilização). Por diminuir a resposta à serotonina, isso irá ativar a triptofano hidroxilase e aumentar a síntese de serotonina a longo prazo (e, no caso do 5HT2, também potencializam a liberação de noradrenalina, resultando numa melhora clínica).
  •  Aumento de AMPc: irá ativar PK que fosforilará as proteínas do citoesqueleto, estimulando a ramificação neuronal (neurogênese)



Efeitos Adversos[]

  • Anorexia, náusea, insônia, perda de libido, incapacidade de ter orgasmo, irritabilidade e agressividade no início do tratamento
  • Síndrome de serotonina: associação de inibidores de captura 5HT e IMAO leva a um excesso de serotonina e outras monoaminas, hipertermia, tremores e colapso cardiovascular.



Uso[]

  • Não recomendado para tratar depressão em pacientes com menos de 18 anos (aumenta a tendência suicída)
  • Distúrbios psiquiátricos
  • Depressão
  • Transtornos de ansiedade (crises de pânico, TOC, ansiedade generalizada)



Interações medicamentosas[]

  • Fluvoxamina: Aumenta a concentração plasmática de benzodiazepínicos, clozapina (antipsicótico), varfarina (anticoagulante) e teofilina (broncodilatador) se concomitantes.
  • Fluoxetina/Sertralina: Aumenta a concentração plasmática de benzodiazepínicos, clozapina e varfarina por interferir no metabolismo desses fármacos.
  • Paroxetina: Aumenta a concentração plasmática de clozapina, varfarina e teofilina.
  • Paroxetina/Fluoxetina: Não devem ser usados em combinação com ADTs, por diminuírem seu metabolismo e aumentarem sua concentração plasmática.

Inibidores da Monoaminooxidase (IMAO)[]

Exemplos dessa classe incluem fenelzina, tranilcipromina e iproniazida. A 

Monoaminooxidase (MAO) é uma
Antidepressant-4

Como é a degradação da serotonina pela MAO.

enzima encontrada no citoplasma do terminal nervoso de vários tecidos, mais especificamente na membrana externa mitocondrial, que é responsável pela degradação de monoaminas. Existem dois subtipos de MAO:
  • MAO-A: principalmente encontrada em neurônios noradrenérgicos, degradando principalmente noradrenalina, adrenalina e serotonina, além de dopamina e tiramina.
  • MAO-B: principalmente encontrada em neurônios serotoninérgicos e histaminérgico, desaminando principalmente fenetilamina (metabólito da fenilalanina), além de dopamina e tiramina. Ex: selegilina (tratamento de parkinsonismo no estágio inicial): diminui a degradação de dopamina, efeito antidepressivo. Em concentrações maiores que 10 mg, inibe MAO A e B.

Obs: A maioria dos antidepressivos inibidores da MAO atuam sobre ambas as formas. Só que como a MAO-A possui maior atividade depressiva com efeitos colaterais, surgiram os fármacos que inibem a MAO-A apenas.


Aspectos químicos[]

Esses fármacos podem agir de duas formas, como:

  • Inibidores irreversíveis não competitivos: grupo reativo se liga ao sítio ativo da MAO por ligação covalente forte e duradoura, levando semanas para a recuperação da atividade da MAO. Ex: fenelzina, tranilcipromina
  • Inibidores reversíveis seletivos para MAO-A: Inibição competitiva reversível de recuperação rápida. Inibem também várias outras enzimas (Não são tão seletivos, interferindo em outras vias metabólicas). Ex: moclobemida



Efeitos farmacológicos[]

  • Principal efeito: Aumento da concentração plasmática de monoaminas LIVRES nas terminações nervosas sem afetar diretamente os depósitos vesiculares ( Por aumentar a proporção de escape sem despolarização neuronal, aumentando a facilidade do transporte para fenda sináptica)
Ex: Anfetamina: aminas simpatomiméticas de ação indireta são transportadas para o terminal noradrenérgico, e entram nas vesículas, causando liberação de noradrenalina LIVRE no terminal. Posteriormente, elas serão degradadas pela MAO, a menos que esteja sendo utilizado IMAO, que aumentará a proporção de escape. (em excesso: efeitos colaterais)
  • Efeitos biológicos sobre o metabolismo das monoaminas são diretos (desenvolvem-se rapidamente)
  • Efeitos adaptativos de hiporregulação dos receptores 5HT2 e beta-adrenérgicos (infra-regulação tardia)



Efeitos adversos:[]

  • Hipotensão: por bloqueio do receptor alfa-1 adrenérgico, levando à vasodilatação
  • Estimulação central excessiva (tremores, excitação, insônia, convulsão): pelo excesso de monoaminas
  • Aumento do apetite: por infra-regulação dos receptores serotoninérgicos
  • Efeitos Atropínicos (boca seca, visão embaçada)
  • Hepatotoxicidade: IMAOS tipo hidrazina (fenelzina e iproniazida) RARO.



Interações medicamentosas[]

  • Fármacos e alimentos (em que a tiramina está presente)
  • Moclobemida: É o que menos gera interação, pois inibe de forma reversível a MAO-A e por CURTO período outras enzimas
  • Aminas simpatomiméticas de ação indireta + IMAO: hipertensão grave (pelo excesso de monoaminas)
  • ADTs + IMAO: hipertensão, excitação e hiperatividade



Eficácia[]

Depende de cada indivíduo, mas é mais indicada em casos de depressão moderada-grave.



Estabilizadores do humor[]

Controlam as oscilações de humor presentes na depressão bipolar (maníaco-depressiva).

Lítio: []

  • Interfere na cascata de fosforilação proteica do IP2 (fosfatidil inositol) e AMPc.
  • É um cátion e pode simular o papel do sódio, sendo transportado para dentro do terminal nervoso
    Disp 05

    Como agem IMAO, ADTs e o Lítio.

    pelos canais de sódio voltagem-dependentes.
  • A diferença é que ele não sai, levando a perda parcial de Ca.
  • Inibe a enzima inositol monofosfatase, que controla a síntese de IP2, um fosfolipídeo de membrana.
  • Inibe a glicogênio sintase quinase, alterando a fosforilação proteica do citoesqueleto (alteração associada a estabilização do humor, por diminuir a cascata de fosforilação)
  • Altera níveis de AMPc por inibir a adenilato ciclase
  • Inibe a COX e a fosfolipase A2, interferindo no metabolismo do ácido araquidônico
  • Administração via oral
  • Eliminação renal: metade da dose é eliminada em 12h, o restante em 1-2 semanas. Pessoas que fazem uso contínuo devem fazer monitorização bioquímica para verificar a concentração de lítio, para, caso esteja alta, diminua a dose



Anticonvulsivantes:[]

Diminuem a despolarização neuronal

  • Carbamazepina: bloqueia os canais de Na voltagem dependentes
  • Valproato: bloqueia os canais de Na voltagem dependentes e os canais de Ca voltagem dependentes, além de aumentar o conteúdo de GABA (por estimular a síntese pela glutamato descarboxilase e inibir a degradação pela GABA transaminase)
  • Gabapentina: aumenta a liberação de GABA por mecanismos complicados e inconclusivos (Aumenta a liberação NÃO vesicular de GABA)
  • Uso: São amplamente utilizado na depressão bipolar e algumas vezes como adjuvantes na unipolar




Tolerância e Dependência física[]

  • Deve-se suspender gradativamente o uso desses fármacos.
  • Vários antidepressivos têm sido usados durante meses ou anos (depressão recidivante grave)
  • A tolerância é mais comum em ISRS, pois são mais recentes e modernos
  • A perda de eficácia pode ser corrigida por: Aumento na dose, substituindo por outra classe de antidepressivos ou ao utilizar lítio em pequenas doses TEMPORARIAMENTE

ADTs[]

  • Ponto positivo: Tolerância aos efeitos sedativos
  • Ponto negativo: Tolerância aos efeitos autônomos
  • Dependência física (retirada abrupta): mal-estar, calafrios, coriza, dores musculares, transtornos do sono



ISRS[]

  • Tolerância a náuseas (depende do indivíduo)
  • Dependência física (retirada abrupta): mal-estar, calafrios, coriza, dores musculares, transtornos do sono, sintomas gastrintestinais e sensoriais (paresias), irritabilidade. Principalmente PAROXETINA (ISRS) e VENLAFAXINA (NÃO-SELETIVO)



IMAO[]

  • Pior dependência
  • Reações de abstinência: podem ser graves. Mais comuns com tranilcipromina. Inclui náuseas, vômitos, mal-estar, pesadelos, agitação, psicose e convulsões
  • Alguns efeitos da dependência são decorrentes da atividade colinérgica exacerbada (os receptores ficam superssensibilizados à acetilcolina, pois são bloqueados)



Segurança nas diversas fases da vida[]

Gravidez[]

  • Maioria é seguro (com exceção a fluoxetina, que é teratogênica). 
  • Muitos antidepressivos e o lítio são secretados no leite materno
  • Sugestão: TEC na depressão grave (gravidez e lactação)



Crianças[]

  • Foi feita uma análise risco x benefício, mas mostrou-se inconclusiva
  • A eficácia do ISRS não foi estabelecida (exceto fluoxetina e sertralina, que se mostraram eficazes)
  • Podem induzir estados de agitação (associados à mania)
  • ISRS: possibilidade de aumento de risco de suicídio



Escolha dos antidepressivos []

ADTs[]

  • Substituídos por ISRS, pois são mais modernos e menos tóxicos
  • Fármacos atípicos (duloxetina, venlafaxina,...) substituídos SE houver outras doenças clínicas, tendências suicídas e em população pediátrica ou geriátrica



IMAOs:[]

  • Poucas indicações, por causa do potencial de toxicidade e várias interações farmacológicas
  • Vistos como opção tardia na depressão grave

Links Externos[]

1.Animação sobre a atuação da Fluoxetina/Prozac (ISRS)

2.Artigo de atualização sobre ISRS

3. Artigo no Scielo de Psicofarmacologia de Antidepressivos

Referências[]

  1. GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012.
  2. SILVA, Mariana Ribeiro. Anotação da aula da Disciplina de Farmacologia. UNIVILLE. 31/01/2013

  3. RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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