Editora: Maria Eduarda Kostecki
Colaboradora: Thais Yuri Miura
Introdução[]
A coloração de Gram é o método bacterioscópico direto mais importante e mais utilizado atualmente na microbiologia clínica. Sua principal finalidade é a classificação dos microorganismos com base em suas características tintoriais, tamanho, forma e arranjo celular.
A detecção de microorganismo na amostra é importante para o diagnóstico do processo infeccioso e direcionamento terapêutico.
A estrutura, os componentes e as funções da parede delular diferenciam as bactérias Gram-positivas das Gram-negativas.
Bactérias gram-positivas[]
Possuem parede celular grossa e de múltiplas camadas constituídas principalmente de peptidoglicanos que envolvem a membrana citoplásmatica da bactéria. Esse peptidoglicano é suficientemente poroso para permitir a difusão de metabólitos para a membrana plasmática. É, também, essencial para a estrutura, replicação e sobrevivência da célula em condições hostis.
A parede celular das bactérias Gram-positivas pode conter também outros compostos, como ácidos teicoicos e lipoteicoicos e complexos polissacarídicos e, normalmente carecem da membrana periférica presente nas bactérias Gram-negativas.
Bactérias gram-negativas[]
Uma fina camada de peptidiglicano está imediatamente externa à membrana citoplásmatica. Exteriormente a camada de peptidoglicano está a membrana externa (única para as bactérias Gram-negativas).
A membrana externa atua como uma barreira seletiva, constituindo-se de fosfolipídeos, proteínas e lipopolissacarídeos (LPS's).
A forte carga positiva proveniente dos polissacarídeos localizados na membrana externa constitui fator importante na evasão destas bactérias à ação de células fagocitárias e ao sistema complemento durante uma infecção. A membrana externa também é uma barreira à entrada de algumas substâncias como antibióticos, detergentes e enzimas digestivas.
Estrutura dos peptidoglicanos[]
Formados pela alternância de ácido N-acetilglicosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico (NAM). No NAM encontram-se ligadas as cadeias laterais de tetrapeptídeos.
A técnica de gram (simplificadamente) []
1. Cobrir o esfregaço com o cristal violeta (corante)
2. Cobrir o esfregaço com lugol (fixador do corante)
3. Descorar o esfregaço com etanol-acetona
4. Lavar a lâmina em água corrente
5. Cobrir o esregaço com fucsina ou safranina (corante)
6. Lavar a lâmina em água corrente e deixar secar ao ar
7. Adicionar óleo de imersão no esfregaço corado e visualizar ao microscópio óptico
Nas bactérias Gram-positivas, que se tornam violeta, o corante fica confinado na espessa camada de peptidoglicano. Enquanto que as Gram-negativas, por possuírem uma fina camada desse composto, não retém o corante cristal-violeta, por isso são contrastadas com a safranina ou fucsina, tornando-se avermelhadas.
Referências[]
KOSTECKI, M. E. Anotações da aula da Disciplina de Microbiologia e Parasitologia. UNIVILLE. 15/03/2013
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Brasília: Ed. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004
MURRAY, P. R; ROSENTHAL, K. S; PFALLER, M. A; Microbiologia Médica. Editora: Elsevier, Rio de Janeiro, 2006