Editora: Augusto R. Amaral e Bruna S. Ferreira
Colaboradores:
Risco relativo (Relative risk)[]
Quantas vezes é mais provável as pessoas expostas contraírem a doença, comparando às não-expostas? Essa questão pode ser respondida calculando-se o risco relativo ou razão de riscos, ou seja, a razão entre a incidência em pessoas expostas e pessoas não-expostas (expressão a seguir). Essa medida indica a força de associação entre a exposição e a doença sendo útil para estudos sobre a etiologia da doença.
Se RR = 1, então os riscos são iguais.
Se RR < 1, então o risco no grupo experimental é menor.
Se RR > 1, então o risco no grupo experimental é maior.
Quanto mais o RR se afasta do valor 1, maior é a probabilidade de causalidade.
Exercícios[]
Wiki AIA 13-17
Categorias
2o. ano
3o. ano
4o. ano
5o. ano
6o. ano
Organização
Communidade
Pelo Wiki
Contribuir
Revisão - Risco relativo, risco atribuível e intervalo de confiança
333 PAGES EM
ESTE WIKI Adicione uma página Editar Comentários0 Compartilhar
Editora: Augusto R. Amaral e Bruna S. Ferreira
Colaboradores: Felipe S. Jardim e Fernanda C. Zanotti
Conteúdo[exibir]
Risco relativo (Relative risk)Editar
Quantas vezes é mais provável as pessoas expostas contraírem a doença, comparando às não-expostas? Essa questão pode ser respondida calculando-se o risco relativo ou razão de riscos, ou seja, a razão entre a incidência em pessoas expostas e pessoas não-expostas (expressão a seguir). Essa medida indica a força de associação entre a exposição e a doença sendo útil para estudos sobre a etiologia da doença.
Fórmula risco relativo.jpg
Fonte: FERREIRA BS, 2013.
Se RR = 1, então os riscos são iguais.
Se RR < 1, então o risco no grupo experimental é menor.
Se RR > 1, então o risco no grupo experimental é maior.
Quanto mais o RR se afasta do valor 1, maior é a probabilidade de causalidade.
ExercíciosEditar
1) Supondo-se que entre 100 pessoas em risco, 50 são homens e 50 são mulheres. 15 homens e 5 mulheres desenvolveram Influenza, logo, o risco relativo de desenvolver Influenza em homens, comparando-se com as mulheres, será:
Resolução: sendo o risco para homens 15/50 dividido pelo risco em mulheres 5/50, tem-se 15/50 ÷ 5/50, então o risco relativo é 3. Dessa maneira, o risco de desenvolver Influenza em homens é 3 vezes maior do que em mulheres.
2) Observe a tabela e calcule quantas vezes o risco de morte perinatal em um recém-nascido de baixo peso aumenta comparando com um recém-nascido de peso ≥ 2500g.
Tabela .jpg
Fonte: FERREIRA BS, 2013.
1) Supondo-se que entre 100 pessoas em risco, 50 são homens e 50 são mulheres. 15 homens e 5 mulheres desenvolveram Influenza, logo, o risco relativo de desenvolver Influenza em homens, comparando-se com as mulheres, será:
Resolução: sendo o risco para homens 15/50 dividido pelo risco em mulheres 5/50, tem-se 15/50 ÷ 5/50, então o risco relativo é 3. Dessa maneira, o risco de desenvolver Influenza em homens é 3 vezes maior do que em mulheres.
2) Observe a tabela e calcule quantas vezes o risco de morte perinatal em um recém-nascido de baixo peso aumenta comparando com um recém-nascido de peso ≥ 2500g.
População total estudada: 6373
Morte perinatais observadas: 211
População com fator Baixo Peso: 724
Morte Perinatais com o fator baixo peso: 150
Resolução: RR= a/a+b ÷ c/c+d, ou seja, RR= 150/724 ÷ 61/5649, então RR=19,2. Dessa maneira o risco de morte perinatal de um RN baixo peso excede 19,2 vezes comparando com um RN de peso ≥ 2500g.
3) Analise a tabela e responda as questões que seguem:
a) Risco de piora dos sintomas no grupo tratado;
b) Risco de piora no grupo controle (placebo);
c) Risco relativo entre os grupos;
d) Redução de risco relativo (ainda não abordado, preste atenção na resolução, pois o conceito é simples)
Risco atribuível (RA)[]
Resolução:
a) 37/416 = 0,089 ou 8,9%.
b) 70/212 = 0,33 ou 33%.
c) 0,089/0,33 = 0,27 ou 27%. Dessa forma, o grupo de pacientes que fez uso de Clorpromazina obteve um risco cuja magnitude equivale a 27% do risco observado para os pacientes que fizeram uso do placebo. Ou seja, a magnitude do risco no grupo que recebeu a medicação foi cerca de 1/4 da magnitude do risco no grupo controle.
d) A redução de risco relativo (RRR) ou eficácia pode ser calculada da seguinte maneira: (1 - 0,27) x 100 = 73%. Essa eficácia diz respeito a redução relativa do risco com a intervenção. Nesse caso, conclui-se que o uso do fármaco diminuiu em 73% o risco de piora dos pacientes.
O risco atribuível ou diferença absoluta de risco é outra medida de associação entre exposição e desfecho. Especificamente, o risco atribuível compara a incidência de uma doença (desfecho) no grupo de expostos e não expostos.
Exercício[]
1) Em uma coorte realizada com mulheres cujas mamas eram assimétricas (s.m <95%) e outras mulheres que apresentavam simetria mamária (s.m >=95%), obteve-se o seguinte resultado: Entre as mulheres de mamas assimétricas (n=100), 8 desenvolveram câncer de mama e, entre aquelas cujas mamas eram simétricas (n=100), 2 desenvolveram o mesmo câncer.
a) Qual o risco de desenvolver câncer de mama entre mulheres com mamas simétricas?
b) Qual o risco de desenvolver câncer de mama entre mulheres com mamas assimétricas?
c) Qual o risco atribuído à assimetria das mamas?
d) Como se deve interpretar esse resutado?
Resolução:
a) Risco = número de indivíduos que desenvolveram câncer / mulheres com simetria. Logo risco = 2/100
b) Risco = número de indivíduos que desenvolveram câncer / mulheres com assimetria. Logo risco = 8/100
c) Risco atribuível (RA) = incidência (expostos) - incidência (não-expostos). Logo risco atribuível = 6/100
d) Para cada 100 mulheres com assimetria nas mamas, 6 casos de câncer de mama poderiam ser evitados caso a assimetria pudesse ser controlada. Logo, para que um caso de câncer de mama pudesse ser evitado, seria necessário que aproximadamente 17 mulheres tivessem a assimetria das mamas controlada devido à identificação prévia.
Intervalo de Confiança (IC)[]
Os intervalos de confiança apresenam informações semelhantes àquelas oriundas do valor p (significância estatística). Se o valor de risco relativo 1 (efeitos iguais do grupo intervenção e controle) estiver presente entre o limite inferior e superior do intervalo de confiança, então o valor p será superior ou igual a 0,05 (diferença não significativa). Entretanto, se o valor de risco relativo 1 não estiver dentro do intervalo de confiança interpolado pelos limites inferiores e superiores, então o valor p será inferior a 0,05 (diferença significativa).
Exercícios[]
1) Observe o seguinte intervalo de confiança e seu respectivo valor médio de risco relativo e responda as perguntas que seguem: RR: 11,086 (IC 95%, 4,992-24,623)
a) Como você interpretaria o intervalo de confiança encontrado?
b) Esse achado foi significativo sob o ponto de vista estatístico?
c) O que se pode concluir acerca da precisão do valor do risco relativo?
2) Observe o seguinte intervalo de confiança e seu respectivo valor médio de risco relativo e responda as perguntas que seguem: RR: 0,487 (IC 95%, 0,105-2,249)
a) Como você interpretaria o intervalo de confiança encontrado?
b) Esse achado foi significativo sob o ponto de vista estatístico?
Respostas:
1 a) Para determinada característica o risco relativo médio encontrado foi de 11,086. Pode - se afirmar com 95% de confiança que o verdadeiro valor se econtra entre os valores de 4,992 e 24,623.
1 b) Esse achado foi significativo (p<0,05), uma vez que entre os limites do intervalo de confiança o valor 1 não se mostrou presente.
1 c) Para essa determinada característica os resultados do risco relativo foram muito pouco precisos. Perceba que o intervalo apresenta uma largura considerável variando cerca de 20 unidades, o que se configura como baixa precisão.
2 a) Para determinada característica o risco relativo médio encontrado foi de 0,487. Pode - se afirmar com 95% de confiança que o verdadeiro valor se econtra entre os valores de 0,105 e 2,249.
2 b) Esse achado não foi significativo (p>0,05), uma vez que entre os limites do intervalo de confiança o valor 1 esteve presente.
Referências[]
1 - FLETCHER, Suzanne W., FLETCHER, Robert H. Epidemiologia Clínica - Elementos Essenciais. 4 ed: Artmed, 2006.
2 - ROUQUAYROL, Maria Z. Epidemiologia e Saúde. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999.
3 - FERREIRA Bruna S. Anotações da Aula de Epidemiologia. 04/09/2013.
Links externos[]
1 - How to calculate relative risk