Editora: Sophia Martins Barbosa
Colaboradoras: Ana Carolina Simoneti e Gabrielly de Araújo
Introdução
Conforme vimos anteriormente, uma das funções dos anticorpos é a ativação do Sistema Complemento (SC), que é formado por proteínas que são sequencialmente ativadas, o chamado "efeito cascata" e formam um complexo de ataque ao patógeno.
Sistema Complemento
É composto por proteínas que interagem entre si e com outras moléculas do sistema imune, a fim de gerar produtos que têm a função de eliminar um patógeno.
As proteínas do SC geralmente encontram-se inativadas e são ativadas pro microorganismos e por anticorpos que estão ligados a microorganimos.
O complemento pode ser ativado por 3 vias:
- Clássica (dependente de anticorpo)
- Alternativa (independente de anticorpo)
- Via das Lectinas (MBL) - indenpendente de anticorpo
Apesar das vias começarem de formas distintas, todas terminam da mesma forma.
***Nomenclatura (para não gerar confusão na explicação posterior)
C - componentes da via clássica do SC (vão de 1 a 9)
F (fator) - componentes exclusivos da via alternativa
MASP - proteína do sistema ativador de manose, exclusivo do MBL
- Quando for pra se referir aos produtos de clivagem da ativação do SC, o produto menor será indicado pela letra "a" e o produto maior pela letra "b". Exemplo: C3a (fração menor) e C3b (fração maior).
Via Clássica
Condição para ativação: O anticorpo deverá estar ligado ao alvo, expondo sítios de ativação do SC (localizados na porção Fc do anticorpo). É preciso que duas frações Fc estejam lado à lado para ativar esse sistema (IgM e IgG são as melhores ativadoras).
A via clássica é iniciada com a ligação de C1 aos sítios expostos (se liga a 2 porções Fc e forma uma enzima). É importante ressaltar que C1 é um complexo proteico composto por 3 subunidades: C1q (se liga ao anticorpo), C1r e C1s (proteases).
A subunidade C1q é formada por seis cadeias compostas (formato radial, lembrando um guarda-chuva). Essas 6 cadeias é que reconhem a molécula e se liga especificamente nas regiões Fc. A ligação de C1q às regiões Fc do anticorpo, leva à ativação de C1r (que cliva e ativa C1s). A C1s cliva a próxima proteína da cascata, C4, para gerar C4b, a qual irá se ligar à superfície do microorganismo onde há um anticorpo ligado.
A partir daí acontecem os seguintes eventos:
*C2 se liga ao C4b e é clivado pela C1s, formando o complexo C4b2a que é a C3-convertase da via clássica
- a C3-convertase cliva C3 em C3a e C3b (que se adere aos complexos anteriores)
- Forma-se então um complexo C4b2a3b convertase da via clássica
- A C5-convertase cliva C5 em C5a e C5b; É a C5b que irá se ligar aos demais componentes
Até aqui é o mecanismo particular da via clássica. A posterior ligação de C6, C7, C8 e C9 (componentes finais) são iguais em todas as vias. A ativação dos componentes finais do sistema complemento formam o complexo de ataque à membrana, o MAC, que tem atividade lítica.
IMPORTANTE: C9 (conhecido como componente final) é uma proteína que se polimeriza para formar poros na membrana plasmática, permitindo assim, a passagem de subtâncias, como água e íons. A entrada de água culmina em um maior volume osmótico e na ruptura das células aonde houve a deposição do MAC.
Links Externos
- http://www.youtube.com/watch?v=knoXg8DWA-Q
- http://www.youtube.com/watch?v=9qdUoQxeuzw
- http://www.youtube.com/watch?v=_YkNfJ_TZAk
Referências
- ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunonologia celular e molecular, 7a edição, Elsevier 2011.
- ARAÚJO, Gabrielly de, Anotações da aula da Disciplina de Imunologia. UNIVILLE.
- SIMONETI, Ana C., Anotações da aula da Disciplina de Imunologia. UNIVILLE.
- Revista da Associação Médica Brasileira. Em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100029> Acesso em 10 de abril de 2013.